Bem-aventurados são os filhos de Deus, pois Deus tem sido gracioso. Os motivos para que cheguemos a essa constatação são eternos e gloriosamente se revelam aos santos filhos de Deus na história. Acreditar, isto é, confiar no Senhor é uma graça. O Senhor é doador, “inveterado”, irrevogável, impermeável ao nosso pecado, de todas as coisas que somos, temos e que acontecem por meio de nós na existência pessoal e coletiva. É o bem feitor dos detalhes mais insignificantes aos nossos olhos até os mais, mais inimagináveis, insonháveis e que até mesmo julgamos (pasmem) não merecer. É muito bom saber que toda dádiva e todo dom perfeito vem do Senhor.
Enumeremos alguns dos motivos que levam um agraciado a ser feliz: 1. Eu diria que a primeira coisa que nos leva a ser graciosamente felizes é a própria revelação da graça a nós. Oh, quão grande é a celeste dádiva, maior do que nós, revelada a nós a fim de nos revelar mais graça! 2. O amor incondicional de Deus é nos revelado pela misericórdia, sem condicionamentos baratos ou caros a nós, ou mal administrado por nossas mentes surripiadoras do sublime pleno imerecido de Deus, por meio de impulsivos labores da religiosidade “intrínseca” à natureza humana (baseado em dois conceitos bíblicos: imago Dei e sensus divinitatis). 3. Ainda que nossos desejos sejam tão inclinada e dispostamente (animus) maus, os seres humanos não são tão maus quanto poderiam ser. 4. Diante de toda a perversidade, os seres humanos recebem graça (comum) para que sejam praticantes de determinados aspectos da Lei, que estão cravados no seu coração pecador não redimido. 5. A graça de Deus faz com que eles trabalhem, casem, constituindo famílias, não matem, não estuprem, não se suicidem, mesmo que não conheçam a verdade esperançosa do Evangelho, e pensem, mesmo que limitada e distorcidamente sobre a sua existência, essência e propósito de vida – etc... 6. Deus determinou um plano de salvação e foi idealizado tão somente para ser executado por Jesus Cristo. Jesus Cristo é a graça e a justiça de Deus na história, para salvar e ser “pedra de tropeço”. 7. A graça de Deus se revela salvadoramente para muitos pecadores e nisso está o amor de Deus – justo amor. Certamente não é barato, vão, ineficaz ou humano. O amor de Deus foi comunicado a nós por meio de um alto-preço, que é eficazmente conquistador, misericordioso, salvador, libertador, felicitador, esperançoso, preenchedor de corações angustiados e necessitados, rompedor de barreiras, quebrador das algemas e cadeados mais fortes, cheio de significado, poderoso, sobrenatural, divino, sem condições para nós, entretanto, condicionado à santa vontade de Deus e ao único mediador desde toda a eternidade – Jesus. 8. Os filhos são felizes porque a graça de Deus não foi um segundo plano ou uma falta de opção, foi o plano (lembre-se da onisciência, onipresença e onipotência) de Deus para se relacionar com o homem. Desde antes da fundação do mundo, Jesus já havia morrido por seu povo predestinado, eleito, chamado, justificado, regenerado, santificado e encaminhado para a glória. 9. Jesus é o motivo da nossa canção, glorificação e exaltação, porque Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado de toda aquele que nEle crer, confia. Jesus Cristo é o pagamento perfeito de nossa condenação, na cruz. 10. Bem-aventurados são os que já receberam a garantia, nas regiões celestes, de todas as bênçãos que precisamos para uma vida eternamente feliz. 11. O Espírito Santo habita no nosso meio, no meio da Igreja de Jesus Cristo. Ele guia, ensina, ilumina segundo a Palavra, guarda, preserva-nos e persevera conosco, nos ensina a orar como convém, por meio de Jesus Cristo. 12. Ainda que pobres, somos enriquecedores de muitos. Ainda que passando pelo vale da sobra da morte, temos motivos para ser alegres, porque não estamos sozinhos. Ele cuida de nós objetiva e subjetivamente. 13. Somos graciosamente felizes porque não nos faltariam motivos para nos alegrar em sua graça – acima de tudo porque vamos viver eternamente com Deus! Amém!
O que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no SENHOR, esse é feliz. (Pv 16: 20). Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz. (Pv 29: 18). Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo. (Tg 5: 11). Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado. (Rm 4: 7-8). Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. (1Pe 4: 14). Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. (Ap 22: 14)
Rev. Renan de Oliveira
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